Cada família é única e várias são as formas de receber ou lidar com um diagnóstico. Quando um familiar recebe o diagnóstico de autismo, essas reações dependem de muitos fatores, tais como a personalidade de cada membro da família, o nível de conhecimento prévio sobre o transtorno, a existência ou não de uma desconfiança anterior sobre tal situação etc. É inegável que tal situação deixa posta uma nova realidade, que vai demandar reorganização dessa família.
Afinal, além das preocupações que a nova realidade traz, também há questões práticas que podem ser motivo de grandes divergências, tais como: quais serão as prioridades financeiras, como será a divisão de tarefas deste momento em diante, quais profissionais serão escolhidos para acompanhar a criança etc.
O impacto no casamento realmente pode ser grande, e em muitos casos, a união se desfaz. Em contrapartida, quando ambos conseguem contornar as turbulências dessa nova realidade que se apresenta, o que observo é que o nível de comprometimento e envolvimento entre eles pode se fortalecer, e muito. Além disso, cada vitória é entusiasmadamente comemorada e vivida intensamente, o que dá a elas um sabor especial que talvez os pais de crianças com desenvolvimento típico não venham a conhecer.
Quando o casal tem outros filhos, os irmãos podem ter dificuldade em lidar com o fato que, de uma hora para outra, os recursos de tempo, energia e dinheiro dos pais parecem estar direcionados a apenas um dos filhos. Fato é que, provavelmente, aquela criança autista ou com alguma outra condição especial, realmente irá demandar mais cuidados e tempo dos responsáveis mesmo. Mas é importante que a situação seja exposta (de uma maneira a idade e maturidade do filho permitam o entendimento) e que, na medida do possível, os pais consigam reservar algum tempo de qualidade para passar apenas com cada filho, dedicando-se exclusivamente a ele.
Com relação a tios, avós e outros parentes, o que sugiro é que, na falta de saber o que dizer, melhor não dizer nada. Os pais não esperam de vocês esclarecimentos sobre o transtorno, para isso são acompanhados por uma equipe. Frases como “é só uma fase” e “ele vai superar isso” podem ser desastrosas. O que precisa ser transmitido é que o amor por aquele membro da família continua o mesmo e que os pais não estão sozinhos nessa caminhada.
Segue um vídeo sobre empatia que pode auxiliar muito os familiares e amigos que não sabem bem o que dizer quando os pais contam a eles “ a notícia” ...
Um grande abraço e até a próxima!
Érika Andrade
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